Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), da Unicamp, apontou que problemas de saúde bucal atingem 50,57% dos adultos entre 35 e 44 anos no estado de São Paulo. O estudo visa servir de referência para a implantação de serviços e políticas públicas para a população.

O levantamento feito em 163 cidades do estado com dados coletados por funcionários da saúde estadual constatou que os principais sintomas que acometem indivíduos nessa faixa etária são sangramento, dor de dente e tártaro.

De acordo com a pesquisadora Giovana Gouveia, que participou do estudo, mulheres, negras ou mulatas, com renda familiar de até um salário mínimo e com até oito anos de escolaridade fazem parte do público com mais incidência.

Para chegar ao resultado, além do exame clínico odontológico, os participantes responderam a um questionário sobre os impactos da saúde bucal em seu dia a dia. Entre os fatores mais negativos, os destacados foram dificuldades em sorrir, dormir, fazer atividades físicas e trabalhar. Assim, foi possível perceber que a dor de dente é um significativo incapacitante ocupacional.

No Brasil, o último estudo realizado nacionalmente, em 2010, mostrou que a prevalência de impacto negativo era de 48,1% para adultos de 35 a 44 anos. Para a Dra. Eliana Franciscatti, a piora nos números só faz aumentar a necessidade de se manter consultas regulares no dentista, lembrando que a prevenção custa mais barato ao bolso e à saúde.